HA CEBEP | NA SEVER | PARA O NORTE | TO THE NORTH

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Na Terra de Mordor onde as Sombras se deitam

Numa região remota do globo, foi achada uma cadeia de montanhas de topologia estranha, meio quadrada, meio arredondada. Circunda um deserto, com algumas ruínas antigas sem muito valor histórico. Não desperta interesse.

Ao deparar com a notícia, um jovem nerd nota que a coisa toda corresponde perfeitamente ao mapa de Mordor, e decide fazer uma viagem para estudar o lugar. Finalidade: provar que "O Senhor dos Anéis" é verdadeiro. Leva junto a irmã mais velha, uma patricinha que vai porque não pode perder uma oportunidade de rir da cara dele, e o irmão mais novo, que vai porque é carente. Leva o laptop, câmeras, baterias, antenas, enfim, o necessário para registrar as anomalias que ele espera encontrar.

Chegando lá, cruzam a pé o deserto de "Gorgoroth" sem maiores incidentes, apesar de um certo ar estranho do lugar, e chegam às ruínas de "Barad-Dûr". Desta construção, sobraram somente as fundações.

O trio consegue achar uma entrada para os subterrâneos. O lugar é desagradável. As paredes têm um tênue brilho dourado. Depois de vasculhar os corredores durante vários dias, encontram um esqueleto não humano, usando uma armadura medieval. Quando tentam carregar o achado até o acampamento para estudá-lo, ele se desintegra. Mas em breve acham outros.

Então, uma noite, Sauron se materializa no acampamento deles, e abduz o ursinho de pelúcia de estimação do menininho. Atmosfera de medo abafado, engraçado só para escrever. Certamente, sente-se algo semelhante com um Nazgûl rondando.

Primeiro, todos os aparelhos desligam, um por um. Depois, a fogueira se apaga. Uma neblina esverdeada começa a tomar conta do lugar. As coisas começam a tremer, quase imperceptivelmente, e uma figura alta e sombria surge em meio à neblina. O ursinho de pelúcia voa na direção desta, lentamente. Arrasta o menininho, que tenta segurar o brinquedo, por alguns passos. O menino grita, aterrorizado, sem contudo acordar os irmãos...

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Aulas do Absurdo

Usar cinta-liga e meias 7/8 sob um vestido em estilo élfico até o chão.

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quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Bem junto ao Mar IV - Anna Akhmatova

O sol deitou-se no fundo do poço,
Escolopendras se aqueciam nas pedras,
O cardo-a-correr saía correndo,
Fazendo caretas igual um palhaço corcunda,
E o céu, que voava bem alto,
Como o manto da Virgem azulava, -
Ele antes assim nunca fora.
Leves barcos metade do dia brincaram,
Ociosos, juntaram-se muitos, brancos,
Na bateria do Constantino, -
Decerto, lhes era favorável o vento.
Devagar andei pela enseada, até o cabo,
Até os negros, afiados, quebrados penhascos,
Na maré os cobria espuma clara,
Eu só a nova canção repetia.
Sabia eu, com quem quer que esteja,
O príncipe ouve a voz, confuso, -
Por causa disso, cada palavra
Como presente de deus me era querida.
E a primeira escuna não ia – voava,
Uma segunda já alcançava a primeira,
Todas as outras bem pouco se viam.

Como deitei na praia – não lembro,
Como dormi então – não entendo,
Mas acordei eu e vejo: uma vela
Perto ondeia. E na minha frente,
Quase até a cintura na límpida água,
Vasculha com as mãos um velho enorme
As fundas fendas das rochas costeiras,
Com voz rouquenha chama ajuda.
Uma oração eu fui ler em voz alta,
Como em pequena me haviam ensinado,
Que eu não sonhe com nada terrível,
Que nada de mal aconteça em casa.
Mal eu falei: “Ò anjo da Guarda!” -
Vejo – nas mãos do velho algo branco,
E o meu coração congelou-se...
Carregou o marujo aquele que estava
Na mais alegre, alada escuna,
E o deitou nas pedras escuras.

Por muito tempo eu crer não ousava,
Para acordar mordia os dedos:
Príncipe meu, carinhoso e moreno
Estava estendido, pro céu olhava.
Mais verdes que o mar eram estes olhos
E mais escuros que os nossos ciprestes, -
Vi como eles se apagaram...
Seria melhor se nascesse eu cega.
Ele gemeu e gritou baixinho:
“Andorinha, andorinha, isso dói-me tanto!”
Decerto, tomou-me por uma ave.

Ao entardecer eu voltei para casa.
Não havia ruídos no quarto escuro,
Na lamparina do ícone tinha
Uma chama alta, carmesim e estreita.
“O príncipe seu ainda não veio, -
Disse a Lena, ouvindo os passos, -
Até as vésperas eu esperei-o
E crianças mandei no embarcadouro”.
“Irmã, ele nunca virá buscar-me,
Ele jamais voltará, Leninha.
O meu príncipe hoje morreu”.
Por muito tempo ela benzeu-se;
Pra parede toda virada, calada.
Eu sabia que Lena chorava.
Ouvi – cantavam na missa do príncipe:
“Jesus ressuscita, retorna da morte”, -
E com uma luz indizível brilhava
A igreja redonda.

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Bem junto ao Mar III - Anna Akhmatova

Ficou mais bondoso o mar escuro,
As andorinhas pros ninhos voltaram,
E de papoulas fez-se vermelha a terra,
E a praia ficou novamente alegre.
O verão chegou em uma só noite, -
Assim nem vimos a primavera.
E eu perdi de todo o medo
De que o destino novo escape.
De Ramos no sábado, já de noite,
Ao voltar da igreja, à irmã eu disse:
“Tome o meu rosário, a minha vela,
A nossa Bíblia, vou deixá-la em casa.
Daqui a sete dias é a Páscoa,
Há muito é tempo de eu aprontar-me, -
O príncipe já está a caminho, decerto,
Por mar ele vem me buscar”.
Calada, a irmã admirava as palavras,
Só suspirava, lembrava, decerto,
O que a cigana disse ao lado da gruta.
“Um colar ele vai lhe trazer
E anéis com pedras azuis?”

“Não, - eu disse, - nos não sabemos,
Qual o presente que ele prepara”.

Eu e ela, tínhamos mesma idade,
E tanto uma com a outra se parecia,
Que, em pequenas, só nos distinguia
Nossa mãe pelos nossos sinais de nascença.
Desde a infância a minha irmã não andava,
Ficava deitada igual um boneco de cera;
Com ninguém ela se irritava,
E só bordava uma imagem sagrada,
Até dormindo pensava só no trabalho;
Eu ouvia que ela sussurrava:
“Será azul o manto da Virgem...
Deus, para o João, o apóstolo,
Pérolas para lágrimas eu não tenho...”

O quintal se cobriu de anserina e menta,
Um burro beliscava a grama na porta,
E numa longa cadeira de palha
Lena estava, de braços abertos,
Com saudade do seu trabalho, -
Num dia de Páscoa, trabalhar é pecado.
E nos trazia o vento salgado
Os sinos da Páscoa de Quersones.
Cada ribombo no coração ressonava,
Corria nas veias no meio do sangue.
“Leninha, - para a irmã eu disse, -
Agora eu vou para a praia.
Se vier procurar-me o príncipe,
Você lhe explique o meu caminho.
Que ele alcance-me na estepe:
Ir para o mar desejo eu hoje”.
“E a canção, onde é que a ouviu,
Aquela que vai atrair o seu príncipe? -
Entreabrindo os olhos, a irmã perguntava. -
Você quase nunca vai à cidade,
E aqui não se cantam canções daquelas”.
Me abaixando, até a orelha,
Eu sussurrei: “Você sabe, Leninha,
Pois inventei a canção eu mesma,
No mundo não há melhor do que essa”.
Não deu-me crédito e longamente,
Bem longamente ficou, reprovando, calada.

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Bem junto ao Mar II - Anna Akhmatova

Enseadas cortavam a costa baixa,
Sol esfumaçado afundou-se no mar,
Uma cigana saiu da gruta,
Ela chamou a mim com o dedo:
“Porque, beldade, anda descalça?
Logo vai ser alegre e rica.
Um visitante nobre espere antes da Páscoa,
Um visitante nobre você irá saudar;
Nem com amor, nem com a sua beleza, -
Só com uma canção irá atraí-lo”.
Eu entreguei-lhe uma corrente
E do batismo a cruzinha de ouro.
Pensava, alegre: “Eis ele, querido,
Sobre si a primeira notícia deu-me”.

Mas, irrequieta, eu deixei de amar
Todas as minhas enseadas e grutas;
Nos juncos as víboras não espantava,
Para a janta siris não trazia,
Mas ia andando barranco sulino abaixo,
Para além dos vinhedos, à pedreira, -
Não era breve pra lá o caminho.
E muitas vezes ocorria que a dona
Dum sítio novo pra mim acenava,
Gritava de longe: “Porque cá não entra?
Dizem todos aqui – você traz a ventura”.
Eu respondia: “Só trazem ventura
As ferraduras e a lua nova,
Se da direita olhar nos seus olhos”.
Eu não gostava de entrar nos quartos.

Sopravam do leste os ventos secos,
Caíam do céu estrelas graúdas,
Na igreja de baixo celebravam Te-Deum
Pelos marujos que partem pro mar,
E na enseada entravam medusas,
Como estrelas, caídas de noite,
Fundo na água elas azulavam.
Como os grous gruíam no céu,
Como, inquietas, cricrilavam cigarras,
Como mulher do soldado cantava,
Tudo eu lembrava com ouvido sensível,
Só que a tal canção não sabia,
Pra que comigo o príncipe fique.
Uma mulher começou a vir me nos sonhos,
Com estreitos braceletes, vestido curto,
Com gaita branca nas mãos geladas.
Senta-se, calma, e só me olha,
E sobre a minha tristeza não fala,
E sobre a dela tristeza não conta,
Só com carinho me afaga o ombro.
Como vai o meu príncipe reconhecer-me,
Será que lembra dos meus sinais?
Quem vai apontar-lhe a velha casa?
A nossa casa é longe da estrada.

Inverno chuvoso sucedeu ao outono,
No quarto branco entrava o vento,
A hera oscilava no muro da casa.
Pro quintal entravam cachorros alheios,
Na minha janela até a aurora uivavam.
Tempo difícil pro coração foi aquele.
Eu sussurrava, pra porta olhando:
“Deus, sabiamente reinar nos iremos,
Construir sobre o mar excelentes igrejas
E altos faróis construir nos iremos.
Nos iremos poupar a água e a terra
E não vamos a ninguém ofender.

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Bem junto ao Mar IV - Anna Akhmatova

Enseadas cortavam a costa baixa,
Todas as velas fugiram ao mar,
E eu secava a trança salgada
À uma milha da terra, na pedra chata.
A mim nadava o peixe verde,
A mim voava gaivota branca,
E eu era audaz, malvada e alegre
E nem sabia, que isso era – ventura.
Na areia enterrava o vestido amarelo,
Que o vento não leve, não roube o mendigo,
E ia nadando bem longe no mar,
Nas negras, quentes ondas boiava.
Quando voltava, o farol do leste
Brilhava já com sua luz mutável,
E o monge no portão de Quersones dizia
Para mim: “Porque anda de noite?”

Sabiam vizinhos – eu farejo a água,
E, se cavavam um poço novo,
Chamavam-me para achar o lugar
E para não trabalharem à toa.
Eu recolhia as balas francesas,
Como se colhe cogumelos e airela,
Trazia para casa na barra da saia
Lascas com ferrugem das bombas pesadas.
E, zangada, à irmã dizia:
“Quando eu me tornar rainha,
Construirei seis encouraçados
E sei barcas canhoneiras,
Para que guardem as minhas enseadas
Até o próprio Fiolento”.
E de noite, na frente da cama,
Rezava pro ícone escurecido,
Que o granizo não estrague as cerejas,
Que muito peixe grande se pesque
E que o mendigo astuto
Não repare no vestido amarelo.

Com pescadores eu mantinha amizade.
Sempre com eles durante a chuva
Ficava sob o barco virado.
Ouvia sobre o mar, decorava,
Crendo em segredo em cada palavra.
Eles muito a mim se apegaram.
Se eu não estava no embarcadouro,
O mais velho mandava uma menina,
E ela gritava: “Os nossos voltaram!
Hoje nos vamos fritar linguado”.

O menino alto tinha olhos cinzentos,
E era seis meses mais novo que eu.
Ele me trouxe rosas brancas,
Rosas brancas de noz moscada,
E perguntou-me, breve: “Posso
Junto contigo sentar nas pedras?”
Eu ria: “Para que essas rosas?
Só espetam com força!” - “Então, pois, -
Respondeu, - o que eu faço,
Se eu tanto assim te adoro?”
Eu fiquei ofendida: “Seu bobo! -
Eu perguntei, - Você é um príncipe?”
Este era um menino de olhos cinzentos,
E era seis meses mais novo que eu.
“Eu quero casar-me contigo, -
Disse, - logo eu serei adulto
E irei com você para o norte...”
Chorou o menino alto,
Porque eu não queria
Nem rosas, nem ir para o norte.

Bem mal eu o consolava:
“Pense, eu serei rainha,
Porque eu teria um marido destes?”
“Pois então vou tornar-me um monge, -
Disse ele, - aqui em Quersones.”
“Não, não faça isso: os monges
Só fazem uma coisa, eles morrem.
Toda vez que vou lá – estão enterrando,
E os outros, você sabe, não choram”.
Sem despedir-se partiu o menino,
Levou as rosas de noz-moscada,
E eu deixei ele ir embora,
Não disse a ele: “Fique comigo”.
Da separação a dor secreta
Gemeu como a gaivota branca
Sobre a cinza estepe de absinto,
Sobre a vazia, morta Corsunha.

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segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Estou profundamente encanada.

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terça-feira, 21 de outubro de 2008

No trabalho...

"Amanhã estaremos telefonando só para os mudos..."
Imagina-se a cena.

Uma supervisora e uma analista de relatórios.
Sup: Não, mas e se eles pedirem o telefone do E.?
Analista aka Moriel: Como assim, pedirem o telefone do E.???
Sup: Então, os clientes as vezes entram querendo saber o telefone do diretor.
Moriel: Manda pro H.
Sup: Mas o diretor não é o E.?
Moriel: H. é gente fina. E se você passar o telefone do E., ele vai vir aí espumando.
Sup: Xi, que horror. O coitado já é feio de dar dó...
Passa E.
E.: Bom dia, tudo bem?
Moriel, Sup, em coro, com entusiasmo: Boom Diiiia!!! Tuuudo!!!

Sup: Preciso de uma coisa.
TI Gordo: Pegue este cabo de rede.

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domingo, 19 de outubro de 2008

Pirate's Charm







Algo estranho, feito em poucos minutos. Simplesmente - apareceu. As miçangas foram compradas para um fim totalmente diverso. O resto também. E o objeto inicial foi imaginado como algo totalmente diferente, mas, como sempre, fui levada pelo material. Classifiquei como um amuleto pirata, por via das dúvidas.
Gostei, e farei outros. Especialmente porque este não é para mim.

Miçangas, madrepérola.

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Jardim Élfico ao Luar











Entrelaçamento de galhos, flores translúcidas, frutos prateados...

Pedra da lua, arame, pingentes variados.

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Dead Marshes







Flores e ervas do pântano...

Miçangas verdes, pretas e rosadas, jaspe.

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quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Dia do vento do Norte

...penduraremos na janela pequenos sinos, amarraremos uma fita colorida nos galhos de uma árvore, para que ela se entrelace à juba gélida do vento do norte...



http://www.kalen-dar.ru/calendar/10/16/

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sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Enfim, acho que conseguiu o que queria.

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E agora, como sempre a ressaca.
Mas tudo bem, criatura que repele todos os seres humanos e mitológicos que se aproximam dela por pura e legítima preguiça não merece coisa melhor.
Vai lá então, Morielzinha, sorria alegremente e faça dragões do céu decorativos.

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quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Enfim acabou.
Não adianta, por mais que a Moriel as vezes queira calor humano. O ponto é que eu só quero receber. Não quero dar nada. Não tenho saco para conversar quando estou com vontade de fazer bijuterias, não tenho saco para ir visitar ele não sei aonde, enquanto tenho um monte de coisa para fazer.
Penso nisso tudo como "perder tempo".
Vamos parar de putaria. Você gosta dele, Moriel? Gosta. Então apague o telefone, bloqueie-o no msn e viva do jeito que você merece pro resto da vida.

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terça-feira, 7 de outubro de 2008

E nada de blá blá blá!

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Ligam no meu celular de um número que não está registrado nos meus contatos. É algo que me perturba muito.
Hoje foram 5 ligações de dois números. Não lembro de nenhum dos dois.
Não é dentista, nem dermatoligista, nem gente do trabalho, nem amigo com telefone novo.
Estou com o início de uma paranóia.

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Acordei as 3:00 da manhã.
Só que eu não vou falar nada.

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segunda-feira, 6 de outubro de 2008

"Tudo o que é medo".
Sim, esta foi uma busca que deu aqui no meu blog. Escreverei sobre isso.
Não posso deixar de escrever sobre isso.

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A última virada

Меня зовут последний поворот,
Меня вы знаете сами
По вкусу водки и сырой земли
И хлеба со слезами.

В моем дому все хрен да полынь,
Дыра в башке - обнова;
Мне нож по сердцу там, где хорошо,
Я дома там, где херово.

На кой мне хрен ваш город золотой,
На кой мне хрен петь складно -
В моей душе семь сотен лет пожар,
Забыть бы все - и ладно.

А если завтра в чистый рай
Под белы руки взят буду -
Апостол Петр, ой батька Николай,
Возьми меня отсюда.

А в чистом небе два крыла
Чертят дугу исправно...
Я сам хромой, и все мои дела -
Налей еще - и славно.


Me chamam a última virada,
Vocês mesmos me conhecem,
Pelo gosto de vodka, de terra úmida
E pão com lágrimas.

Na minha casa é tudo losna,
Furo na testa - roupa nova;
Me corta o coração onde está bem,
Me sinto em casa onde é uma bosta.

Para que diabos preciso da sua cidade dourada,
Para que diabos preciso cantar rimado -
Na minha alma, há um incêndio faz sete séculos,
Se esquecesse tudo - ficaria certo.

E se amanhã para o céu límpido
Me carregarem pelos braços brancos -
Apostolo Pedro, Padre Nicolau,
Me deixem sair daqui.

E no céu límpido, duas asas
Traçam a curva...
Eu mesmo sou manco, e todos os meus feitos -
Encha o meu copo - e ótimo.

http://www.music.onru.ru/mp/tit/11717/
Clicar em "Скачать mp3"

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Ele me desafiou. Ele me desafiou a largar ele.
Não há mesmo outro jeito além de largar.

Fora o fato de ele escrever versos péssimos. Parecem até os meus.

Enfim. Acabou e foda-se!

 

domingo, 5 de outubro de 2008

Enfim, dei um fora.
Por mais que ele não acredite.

Não tinha porque permanecermos juntos. Se não consigo nem ao menos controlar a minha intolerância, deve ser porque não gosto da pessoa. Que se foda. Não é a toa que ele teve maus pressentimentos.

Vivam os maus pressentimentos!

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sábado, 4 de outubro de 2008

Além do Amanhecer

...Como eles eram despreocupados...
Eles ouviram sobre a dor e o mal – mas isso não tinha nenhuma relação com eles, não é verdade? Isso estava em algum lugar lá nas Terras Mortais, onde ainda não estão erradicados os seguidores de Melkor, onde se escondem os maiar que foram discípulos dele. Eles – que amavam e criavam, belos e despreocupados – nada tinham a ver com isso.
A rivalidade entre Fëanáro e Nolofinwë, pequenas zombarias com os excessivamente pensativos vanyar e volúveis demais teleri, desejo de poder de Artanis... Isso desagradava a alguns, mas não havia nada em comum com o Mal aqui, sim? O Mal – monstruoso, negro e corcunda, repugnante quanto por dentro, tanto por fora; se o Mal aparecer aqui, em Valinor, - o que por si só já é inimaginável – pode ser que os teleri bobearão, pode ser que os vanyar, que habitam ao lado dos Valar, não o verão, mas os noldor, tão sábios e tão pouco negnigentes, conseguirão reconhecer o Mal logo e com toda a certeza!
Assim dizia Melkor, liberado do cativeiro – e, possivelmente, sorria consigo mesmo.
Quão ingênuos eles eram...
Até mesmo então, na praça de Tirion, onde na luz tremula das tochas triplicava-se a sombra de Fëanáro – até mesmo então muitos pensavam que o Mal é algo separado deles; aquilo que é possível alcançar, agarrar pelos chifres e fazer curvar-se, arrancar a cabeça num único golpe... E eles estavam decididos a fazer isso.
E somente nos píeres de Alqualondë, esfriando do combate sangrento, eles compreenderam que o Mal permaneceu com eles sempre, desde o início das vidas deles – dormitava nos corações como uma semente na terra. E surgiu aquele que regou cuidadosamente essa sementinha, fertilizou generosamente os brotos do orgulho com lisonjas, afofou com esmero a terra nas raízes da ira, fez suportes para os galhos da inveja, nos quais já amadureciam com tudo os frutos vermelho-enegrecidos do mal.
...E quando eles tomaram consciência do mal, tão próximo e inevitável – foram tomados de desespero. Alguns supunham, como antes, que o mal se eliminará se matarem aquele que o trouxe ao mundo. Destruir Melkor – e milagrosamente se esquecerá o pecado impossível de lava de Alqualondë, se erguerão dos túmulos os mortos, perdoarão os vivos... E outros falaram para si mesmos: o mal – somos nos. Não há perdão nem volta para nos, nos resta somente lutar aqui até o fim, e pagar com a própria morte as alheiras. Somente o estranho, divertido Finarato no fundo do coração julgava que a salvação é possível para todos. Até mesmo para Fëanor. Pode ser que até mesmo para Melkor. A piedade do Único deve ser tão infinita quanto o poder Dele, e se é possível redimir-se do mal, Ele indicará como.
Se o orgulho, a inveja e a ira levaram os noldor à Queda – então, deve-se abandonar o orgulho, a inveja e a ira.
Por isso ele não hesitou nem por um instante quando Fingon compartilhou a intenção dele – ir para as Montanhas de Ferro, resgatar Maedhros. Fingon insistia em que fará isso sozinho. Mas alguém deveria esperá-lo no local combinado com um pequeno grupo de homens, cavalos, provisões... Ele não poderia pedir isso aos filhos de Fëanáro – o pai não permitiria o filho ir ao acampamento dele e manter com eles quaisquer negócios comuns. Ele não poderia pedir isso nem mesmo ao próprio irmão de sangue: Turgon desejava morte a Maedhros, sem poder perdoar a perda da esposa dele aos descendentes de Fëanáro. E Fingon foi até os filhos e a filha de Arafinwë.
Vencendo o orgulho, o ódio e a inveja, Fingon salvou Maedhros. Salvou todo o povo dos noldor de rachas e inimizade.
Finrod viu nisso um sinal.
E depois houve um outro sinal – quando, vagando por Ossiriand, ele viu as fogueiras nas encostas das Montanhas Azuis e ouviu o canto do povo sobre o qual antes soube somente vagamente, das indiretas de Melkor e histórias contidas dos Valar.
Balan dizia: quando o sol nasceu, houve uma cisão entre o povo dos homens. Muitos estavam descontentes com a vida antiga, e a casa de Balan era daqueles que ainda ouviam a Voz que vinha do Escuro. Escondiam isso, até mesmo os próprios ouvintes temiam isso, mas na casa de Balan, desde os dias antigos, acreditavam nos deuses velhos e não acreditavam no novo. E então um dia Balan ouviu a Voz. Chegou a hora, disse Ele. Amanhã vocês receberão um sinal, e aqueles que crerem se salvarão da Escuridão. Eles atravessarão três cadeias de montanhas – e chegarão à terra que jorra com leite e mel. Então eles deverão fazer uma grande festa e fazer sacrifícios de pão e vinho aos deuses velhos. E depois disso, é necessário fazer uma harpa e dormir sem deixar vigias. Aquele que chegar e tocar a harpa – aquele deverá ser seguido. Ele indicará o caminho da salvação.
E aqueles que adoravam os deuses velhos e não aceitavam o deus novo, fizeram o beor ao antepassado de Balan e o seguiram. No caminho, juntaram-se a eles mais dois povos: os criadores de cavalos de cabelos dourados e sombrios, de olhos um pouco alongados, habitantes da floresta. Mas os habitantes das montanhas, que fizeram o beor, ainda eram os primeiros da marcha. Nas suas fileiras, havia descontentamento, pois o caminho passava por terras perigosas – e por terras belas. Tanto aqui quanto lá eles perdiam homens. Nas terras perigosas, os homens morriam nos combates com orcs, com homens selvagens e trolls, uma vez, por engano – até mesmo com anões. Nas terras belas, os homens se separavam e ficavam.
As terras além das Montanhas Azuis eram belas, e a maior parte do povo de Beor disse: basta! Aqui há lugares maravilhosos, há muitas pastagens boas e terra para arar – para que fazer mais uma difícil travessia? Quantos mais eles perderão nessas neves?
E Balan – então ainda jovem – disse que atravessará as montanhas tal como foi profetizado – até mesmo se ele tiver que ir sozinho.
Ele não teve – mil homens se prontificou a participar da travessia. Os anões, encontrados no caminho para o norte, mostraram a passagem. E quando eles atravessaram a passagem nas montanhas – os homens viram Beleriand nos raios dourados do sol. Eles desceram para o vale e acenderam fogueiras, fizeram sacrifícios de pão e vinho, cantaram e dançaram, alegrando-se com a realização da profecia e o fim da longa jornada...
Alguém prendeu num arco mais nove cordas – e fez a harpa. Ela ficou na elevação que estava coberta com a capa de alguém, como que deixada de propósito. Finrod a pegou ainda sem saber que era exatamente assim.
Do que vocês fugiram? – perguntava ele depois, mas nem Balan, nem os outros respondiam.
Mais um povo caído procurava o caminho à salvação, olhando para Finrod com esperança. E ele – não conhecia este caminho. Ele tentava encontrar as pegadas no passado – mas eles ocultavam o passado deles.
E então um homem o procurou. Homem, que ele conhecera quando criança e jovem. Perdidamente apaixonado pela parenta dele. Ele era, para Finrod, uma espécie de Fëanáro entre os homens. Mas Fëanáro não podia mudar a sua forma de pensar e agir – é nisso que está aquilo que foi chamado de destino dos noldor. Os elfos mudam devagar demais. Os homens estão livres do destino por força da capacidade de mudar rapidamente. No fundo, Finrod invejava essa capacidade – sabendo que a inveja é um sentimento indigno, mas sem poder eliminá-la por inteiro.
Por meio de Beren e da Silmaril poderia vir a salvação – tal como por meio de Fëanáro e da Silmaril veio o mal. Era isso que Finrod buscava nele. Era isso que desejava.
- Eu não sei, - sussurrou Beren, interrompendo a rápida, mas exaustiva troca de pensamentos. – Eu não sei, Nom, se conseguirei. Mas eu vou tentar, até conseguir o que eu quero ou até virar picadinho de carne. Sabe... Você me revelou...
- Algo que tinha vergonha de admitir para si mesmo? Sim. Honestidade em troca da honestidade. De tempos em tempos, eu te invejo, Beren. Invejo todos os homens. Quando eu tenho raiva de vocês, sou tomado por pensamentos semelhantes aos dos muitos outros eldar: que vocês são o povo irremediavelmente maculado, inferior, bruto, ingrato... E então eu lembro de uma coisa simples: se todo o mal que vocês tiveram que suportar desabasse sobre mim – eu não resistiria. Mais provavelmente, eu pereceria, ou pior – me voltaria para o mal. Não me olhe com tanta surpresa: a medida do mal que um elfo pode permitir no próprio coração e com isso continuar a ser ele mesmo – é muito menor que a vossa. Vocês cedem mais facilmente às tentações – mas o arrependimento também lhes é mais fácil.
- Nom, - suspirou o homem. – Mas você nem é vítima de tentações que às vezes aparecem para os homens. Eu me arrependi vinte vezes de ter desejado te matar – e para você, o pensamento de matar alguém que é melhor nem viria à cabeça!
- Não viria... Mas porque você acha que isso é bom?
Beren até mesmo abriu a boca de surpresa, e Finrod continuou:
- Se os noldor, quando eles brincavam com as espadas, sentissem no coração a tentação de golpear o oponente de verdade, para tirar sangue – eles temeriam essa tentação, e passariam a tratar a diversão deles de forma diferente. Eles sentiriam essa tentação uma vez, outra, e terceira – e aprenderiam a resistir a ela. Mas eles a sentiram somente uma vez – e cederam... A tentação não é pecado, é uma provação. Para não ceder à tentação, é necessário tomar consciência dela na hora certa. Para vencer a Queda, é preciso a descobrir em si. Tantas vezes quantas forem necessárias. Assim como você fez hoje. Você nem imagina quão grande é a sua vitória sobre Morgoth hoje. Você o feriu mais gravemente que Fingolfin. Pois aquele feriu somente o corpo dele, e você cortou umas das raízes que, penetrando nas nossas almas, alimentam o poder dele. Nos alimentamos Morgoth, Beren. E somente quando nos pararmos de fazer isso – ele será vencido.

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quinta-feira, 2 de outubro de 2008

É dificil de notar, mas o número de citações aumentou.

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Em breve

Faltam poucos meses. Dias.
Odeio esperar!

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